Entorse do Tornozelo

As torções do tornozelo correspondem a quase um terço das lesões relacionadas ao esporte e é uma das principais queixas de pacientes em pronto atendimentos. Quase todos já sofreram em algum momento da vida uma torção no tornozelo.

Em sua maioria os entorses do tornozelo são leves e pouco atrapalham as atividades embora sintomas como dor e edema sejam comuns. Embora exista lesão ligamentar em todo entorse do tornozelo, a gravidade desta lesão é variável, podendo ser desde uma distensão até mesmo uma lesão completa do ligamento. Leia mais

Meu filho tem as pernas tortas?

Essa é uma das preocupações mais frequentes dos pais ao procurar um ortopedista. Essa dúvida geralmente surge por comparar as pernas do filho com as de outras crianças.

Na enorme maioria das vezes a resposta do ortopedista pediátrico será: “Isso é normal, será corrigido com o tempo!”. No entanto, essa resposta, sem outras explicações pode ser muito superficial e insuficiente para pais e familiares que, por falta de segurança, frequentemente procuram outras opiniões e podem acabar levando seus filhos a tratamentos desnecessários. O objetivo desse texto é esclarecer alguns desses pontos. Leia mais

Rotura do Tendão Calcâneo (Tendão de Aquiles)

Considerando-se as lesões do pé e do tornozelo, um dos principais motivos de procura de serviços de pronto-atendimento / pronto-socorro são as lesões do tendão de Aquiles. Seu tratamento gera dúvidas tanto aos pacientes quanto aos familiares. Leia mais

Raquitismo

Embora os ossos pareçam estruturas estáticas, o seu metabolismo é dinâmico intimamente ligado ao cálcio, fosfato e vitamina D.

Raquitismo é uma doença que envolve tanto o metabolismo ósseo, quanto os níveis de cálcio, fósforo e vitamina D.  Ocorre devido a mineralização inadequada na cartilagem de crescimento associada a baixas taxas de fosfato.

Os níveis insuficientes de vitamina D e cálcio levam a disfunção do metabolismo ósseo que, por sua vez, gera deformidades nos membros inferiores e fragilidade óssea, sendo esses últimos os principais motivos de procura ao pediatra ou ortopedista.

Vitamina D

A vitamina D auxilia na absorção de cálcio pelo intestino e pelos rins.

Com as mudanças de comportamento da nossa sociedade e a menor exposição aos raios ultravioletas, os níveis dessa vitamina no sangue estão abaixo do normal em mais indivíduos do que prevíamos. Desta forma, suplementos de tornaram uma maneira comum de adquirir a vitamina D.

Cálcio

O cálcio participa não só do metabolismo ósseo, mas também do metabolismo dos músculos e do sistema nervoso.

A absorção no intestino ocorre com ajuda da vitamina D, o cálcio então é armazenado nos ossos e excretado pelos rins. Se houver redução dos níveis no sangue, o intestino é estimulado a aumentar a absorção, o organismo diminui a quantidade de cálcio armazenado nos ossos (em outras palavras, os ossos “perdem” cálcio) e os rins começam a trabalhar para excretar menos cálcio. Uma dieta rica em cálcio é fundamental, portanto, para manter os ossos fortes. Leite e derivados são a principal fonte de cálcio na dieta humana.

Diagnóstico 

diagnóstico de raquitismo é complexo do ponto de vista laboratorial mas segue a lógica de todos esses metabolismos explicados anteriormente.

São avaliados, em conjunto, exames de sangue que incluem: cálcio, fosfato, vitamina D, fosfatase alcalina e hormônio paratireoidiano (PTH); bem como radiografias (em que podemos ver alargamento da cartilagem de crescimento e sinais de ossificação irregular na metáfise dos ossos) e, mais importante, os sinais clínicos de fraqueza, irritabilidade e deformidades ósseas (membros inferiores, coluna e costelas).

Como ocorrem as deformidades nos ossos?

Crianças e adolescentes possuem uma central reguladora de crescimento em seus ossos, chamada de cartilagem de crescimentoNo raquitismo o processo de formação de osso pelas cartilagens de crescimento é anormal. As células responsáveis por produzir o osso geram calcificações irregulares que, por sua vez, dão origem a ossos mais frágeis. Com o passar do tempo, esse osso fragilizado, sob o peso da criança, vai se deformando.

Tais deformidades são variadas:

  • Membros inferiores valgos – quando os joelhos se aproximam e os tornozelos se afastam.}
  • Membros inferiores varos – quando os joelhos se afastam e os tornozelos se aproximam.
  • Combinação de ambos – deformidades em “ventania”.

Estes ossos frágeis também podem sofrer fraturas e nesses casos o tratamento é especifico para cada fratura.

Tratamento

Embora muitos pais se preocupem mais com as deformidades (afinal, foram elas o motivo de procura dos serviços de saúde), o tratamento do raquitismo em si é a etapa mais importante da terapia.

Em geral, os pediatras indicam reposição de vitamina D e cálcio juntamente com adequação da dieta.

Uma vez tratado o raquitismo, deformidades mais leves passam por um processo de remodelamento natural do osso e são corrigidas. Deformidades maiores necessitam de tratamento ortopédico especifico, muitas vezes cirúrgico.

O raquitismo é uma doença evitável e sua prevenção é o melhor tratamento. Na menor suspeita é fundamental procurar o pediatra e o ortopedista para investigação adequada.

Qual o formato do meu pé?

“Meu filho tem pé chato” ou “Disseram na academia que o pé dela é pronado”. Todos ouvimos a respeito das formas do pé: chato, cavo, pronado ou supinado, mas existe um pé normal? Claro que sim, muitos! Diariamente variações anatômicas não são classificadas como defeitos: cor dos olhos, cor dos cabelos… então por que os pés não podem ter variações?  O conceito de “pé normal” mudou muito; atualmente aceita-se que os pés tenham variações no formato.  Nesse texto explicaremos essas variações e quais fatores devem nos preocupar.

A curva interna

Classificamos os pés basicamente pelas características da sua curva interna e pela seu apoio plantar (a pegada) em:

  • Pé “normal”– a curva existe e o apoio se dá na parte mais externa da planta, mas é possível notar uma continuidade na “pegada”

pe-normal

  • Pé plano (pé chato)– a curva é pequena ou não há curva, existe apoio de uma área maior da planta do pé

pe-plano

  • Pé cavo – há um aumento na curva, no apoio plantar quase não há apoio no meio do pé

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A flexibilidade

Embora o conceito seja complexo, podemos resumir a flexibilidade do pé como a capacidade de alternar entre “plano” e “cavo”.  Por exemplo: quando estamos sentados ou deitados, sem colocar peso sobre os pés, é possível observar o arco (aspecto cavo). De forma dinâmica, quando ficamos na ponta dos pés, essa curva se acentua.

Normalmente, os pés classificados como planos tem maior flexibilidade que os pés cavos. Ou seja, na prática, ao andar na areia (há um amortecimento grande e um esforço maior para impulsionar o passo) um pé pode aparentar ser  plano (justamente por ser mais flexível), enquanto ao andar no asfalto (o amortecimento é ruim e o impulso é mais fácil) o mesmo pé pode aparentar ser cavo.

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O Calcanhar

No exame médico a posição do calcanhar também é avaliada. Ele pode ser classificado de duas formas:

  • Valgo: parte mais plantar se afasta do centro do corpo
  • Varo é o oposto, quando ela se aproxima.

Normalmente o pé plano tem associação com o calcanhar valgo, o normal tem um alinhamento levemente valgo e o cavo, com varo. Associações diferentes dessas não são esperadas em pés “normais” e quase sempre estão relacionadas a alguma má formação.

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Pés Pronados e Supinados

O conceito médico de pronação e supinação relacionado à anatomia do pé é complexo. Envolve uma “torção” interna ou externa ao longo do eixo do pé e pode variar inclusive em livros texto de anatomia. No entanto, essas denominações têm sido usadas com frequência, em especial na fabricação de alguns tênis para corrida ou caminhada. De maneira simples podemos dizer que os pés pronados são os pés mais chatos e os supinados os mais cavos.

Quando me preocupar?

Como vimos o conceito de pé normal, atualmente, é muito amplo. Variações muito acentuadas que dificultam calçar sapatos ou provocam dor para pisar, ou ainda os pés rígidos  devem chamar a atenção e merecem investigação clinica e radiográfica.